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Comunicação e os relacionamentos: você sabe dialogar?

Você tem dificuldades em seus relacionamentos? Não consegue falar do que pensa e sente? Fala, mas esquece de filtrar o que diz? Um grande número de pessoas refere a si mesmo como possuindo esse tipo de característica, a de falar o que pensa. Falar o que se pensa não é em si um problema, muito pelo contrário. É excelente e necessário saber expressar o que se sente, deseja e precisa. O problema é que muitas dessas pessoas acabam se equivocando na FORMA de expressar.

Ser sincero não é sinônimo de ser cruel, o que acabamos sendo quando não filtramos ou medimos a forma como as palavras saem de nós. É claro que não acertamos o tempo todo e nem sempre as palavras são interpretadas pelos outros da forma como imaginamos que seriam, mas algumas pessoas de fato falam o que pensam sem minimizar e nem procurar a melhor maneira de colocar seu ponto de vista.

Lembre-se, existe uma linha muito tênue entre sinceridade e indelicadeza. Se o seu objetivo não é ferir, cuidado com a forma como fala. Ao falar de algo, fale DO FATO e não da pessoa. Fale daquilo que a pessoa FEZ, localize o problema na ATITUDE e não na pessoa. Dessa forma você está dando a chance de a pessoa evitar o fazer novamente, e não situando o problema na personalidade, no caráter dela. Você também pode falar a respeito de como você SE SENTE com determinada atitude de alguém, assim estará permitindo que o outro perceba a forma como as atitudes que tem refletem em você.

Se o objetivo é ferir, pense até que ponto vale a pena. Algumas pessoas depositam suas percepções nos ouvidos das outras como se fossem verdades absolutas. Pode ser apenas a sua forma de ver, não a verdade. Mesmo que seja, quando “jogamos no colo” do outro uma verdade não solicitada, precisamos saber que nem sempre a pessoa tem estrutura e está pronta para lidar com isso.

Então tome mais cuidado com a forma como diz as coisas. Conforme vamos nos polindo neste aspectos, percebemos que podemos dizer exatamente a mesma coisa de uma forma que será ouvida e registrada, sem a dor e o estrago que podemos causar quando usamos palavras inadequadas e recheadas de raiva. Quando o objetivo é o auxílio, palavras mais brandas normalmente possuem a delicadeza de entrar na mente e na vida das pessoas, auxiliando quando elas permitem e desejam. Lembre-se sempre que ao melhorar a si mesmo, você influencia a todos que estão ao seu redor, sem a necessidade de apontar os erros e as impossibilidades do outro. O exemplo é a melhor forma de influenciar quem está ao nosso redor. Cobrar do outro o que eu mesmo ainda não sei fazer normalmente não tem benefício algum, nem resultado.

A seguir os filtros que usamos ao escolher o que falar. Não é verdade que dizemos coisas sem pensar, algumas vezes nós apenas escolhemos ferir, possivelmente pela raiva ou por estarmos nos sentindo atingidos pela situação ou pelo outro. Outras vezes falamos de forma apressada e sem muitas considerações. Observe com atenção e veja quais desses filtros você tem de fato aplicado e quais os que pode utilizar

Imagem do site “Plant love grow” traduzida livremente por mim.

Mantenha em mente que a única coisa que você pode mudar é a si mesmo. Fale dos seus sentimentos, percepções e necessidades sem agressividade ou peso excessivo nas palavras e as outras pessoas ouvirão de uma forma diferente. Quando você fala sem armar as defesas do outro (e as suas), você pode ser realmente ouvido e consegue uma comunicação mais efetiva e honesta.

1o – OUÇA ATENTAMENTE o que o outro tem a dizer. Não interrompa e nem distorça o que foi dito. A maioria das pessoas quer falar, mas não está disposto a ouvir de verdade o que o outro tem a dizer. Ouça de fato, não fique apenas esperando chegar a sua vez para dizer o que pensa. OUÇA E SOMENTE DEPOIS FALE.

2o – REPITA O QUE OUVIU para deixar claro o que você entendeu do que foi dito e dar a oportunidade para eventuais esclarecimentos e correções – “ahhh, acho que entendi, em outras palavras você… é isso mesmo?”. Se quiser você pode perguntar o que o outro entendeu do que você disser, para evitar interpretações equivocadas.

3o – MANTENHA EM MENTE O PROPÓSITO DA CONVERSA: qual o objetivo dela? Quando começamos a trazer coisas do passado ou misturar muitas questões, fica difícil chegar a algum lugar. Lembre-se de manter o foco naquilo que estava em questão.

4o – MANTENHA AS COISAS NO PRESENTE – É importante ressaltar que, se você trouxer para a conversa coisas que aconteceram a mais de uma semana, vai parecer que você quer “dar o troco” e não resolver a situação. Mantenha as coisas no presente, fale do agora.

5o – CUIDADO PARA NÃO PERDER A CALMA. Quando se perde a calma, fica muito difícil escutar e também dizer as coisas de forma a ser ouvido. Fale com calma, buscando apenas comunicar e expressar sua visão da situação, propondo mudanças.

6o – Lembre-se que diálogos não buscam provar quem está certo, mas encontrar uma saída, uma melhora para a situação, buscando ouvir com respeito e ser ouvido.

Tendo mais cuidado na comunicação, evitamos muitos problemas que surgem nas interpretações equivocadas e nas palavras mal colocadas, o que resulta em relações mais saudáveis em todas as esferas.

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