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Você alimenta a Dona Expectativa?

Visualize comigo a cena (coloque o seu gênero na escrita, apenas vou usar o exemplo feminino). Você está sentadinha no sofá, curtindo uma Netflix, esperando o marido chegar da rua. Aí você fica sonhando que ele vai chegar animado, vai sentar no sofá com você para verem um filme e depois tomar um sorvete, super “namoradinhos”. Eis que chega o bonitão, suado, cansado, estressado, desejando uns abençoados 30 minutos de silêncio para sossegar um pouco. E você ali, toda cheia de amor para dar, já sai bombardeando a criatura nos primeiros 30 segundos (dizem que mulher fala demais, mas eu acho que é lenda!). Na primeira rosnada ou no primeiro silêncio dele, lá vai você ficar chateada, triste ou irritada e sair “batendo os cabelos” em uma cena digna de Oscar. Quem foi a vilã da cena em questão? Se você não a conhece, permita-me apresentá-la: Dona Expectativa.

Perceba que, na cena que inventei, ambos tinham suas expectativas. Ambos esperavam algo do outro e já tinham criado aquele roteiro mental para como as coisas aconteceriam. Só que não era o mesmo roteiro! Quando criamos expectativas, passamos o tempo todo esperando que alguma coisa aconteça, esperando algo de outras pessoas, da vida (haja paciência para tanta espera!). Ficamos ali, estacionados, ancorados e morrendo de tédio, esperando que as coisas caiam do céu no nosso colo, já prontinhas e do jeito que sonhamos. Ou, quando resolvemos mexer nosso belo traseiro da poltrona, fazemos as coisas esperando algum tipo de retorno ou recompensa. E quando isso não acontece conforme o esperado aparece a frustração, raiva, mágoa ou desânimo (e tem gente que até beicinho faz!).

Leia com calma aqui, bem pausadamente: as suas frustrações provêm da sua expectativa e não da forma como o outro age (leia novamente a parte sublinhada – repita, feito um mantra, todos os dias). Esperar coisas e atitudes que não virão é uma fonte de frustração que nunca esgota. Sabendo disto, procure lidar com as suas expectativas com relação aos outros, dentro de todos os seus relacionamentos, preste atenção aos seus pensamentos e sua forma de ver as coisas. Faça esse favor para si mesmo e para o mundo. Menos expectativa = mais tranquilidade e relacionamentos mais equilibrados.

Mas como evitar as expectativas? O que fazer para lidar com elas? Qual o número do dedetizador que extermina essa praga? Tem app para isso?

Um dos passos importantes é aprender a fazer o que você deseja, sem esperar reconhecimento por aquilo. Não espere uma medalha, um troféu, um carinho ou um elogio. É claro que é uma delícia quando essas coisas vem, mas não fique esperando por elas ou fazendo as coisas PARA consegui-las, porque pode ser que elas passem longe de você naquele momento (e dando até um aceno debochado lá de longe). Faça porque quer fazer, porque é a sua forma de expressar ou viver algo. 

Algumas reflexões pessoais são importantes: Você consegue planejar algo para buscar aquilo que deseja, ou se contenta em sonhar? Quando você faz algo pelas pessoas, o que espera em troca (sinceramente)? Como você age com as pessoas que se relacionam com você? Você sabe expressar ou espera que os outros adivinhem o que você precisa, sente, deseja?

Uma moça uma vez me disse que se ela tiver que pedir um abraço, não é a mesma coisa! Como que não, criatura? Abraço é abraço. É só parar com a bobagem de querer que o outro leia a sua mente e aprender a comunicar. Sem cobrar, sem debochar, sem reclamar, apenas COMUNICAR. Quanto melhor você identifica e comunica o que pensa, sente e deseja, menos equívocos nas relações você terá. É fundamental aprender a expressar seus sentimentos e pensamentos sem ser propositalmente ofensivo.

E lembre-se que é possível ser feliz com o que se tem, ao invés de ficar sempre esperando o outro mudar ou algo acontecer para isso. É uma mudança na forma de ver, de pensar, muito mais do que uma mudança de vida. Aliás, se você acredita que é tão fácil assim mudar, que o outro está só de má vontade, faça primeiro! Nada como uma inspiração de alguém que amamos para desejarmos melhorar também! Bora lá?

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