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Será mesmo tão fácil?

Olhando de fora parece fácil. Parece mesmo muito simples, chegamos a nos perguntar porque é que aquela pessoa ainda não fez o que deveria ser feito. Olhando de fora sempre sabemos o que deveria ser feito. Parece haver uma solução óbvia, um caminho simples, um passo muito fácil a ser dado.

Olhando as vidas alheias, nos perguntamos porque é que aqueles pais não conseguem educar melhor seus filhos? Porque o sujeito não cuida melhor de sua saúde? Por que aquela mãe que acabou de ter um bebê não consegue dar conta de tudo como “as mães de antigamente”? Por que o casal ainda está junto com um relacionamento tão complicado? Por que aquela pessoa ainda não largou seu emprego, se tem tanto desgosto com aquilo que faz? Por que a moça escolheu não ter filhos, se poderia ter? Por que a outra nunca casou? Por que a depressão, se ele tem “tudo”? Como ele não consegue controlar o seu humor?

Temos tantas perguntas e tantas respostas para as vidas alheias. Tantas teorias que nos parecem óbvias e simples. Tão simples que não entendemos porque é que não conseguimos aplicar quase nenhuma delas em nossas casas. E nem percebemos que acabamos vivenciando os mesmos dilemas e falhando nos mesmos pontos, patinando nas mesmas dificuldades que vimos outros patinando, e que nos parecia tão fácil superar.

É importante lembrar que, na teoria, a prática é muito simples. Mas seres humanos não são simples e nem rasos. Há tanto em nossas mentes, em nossas vidas, em nós. Há tanto que não sabemos ver, conhecer e muito menos explicar. O que nos dói e como, o que nos paralisa, quais são nossos medos e também nossas forças e virtudes. Nos conhecemos tão pouco, nos olhamos menos ainda. E achamos que sabemos mais do outro, porque no final das contas, quando estou olhando para o outro eu me distraio de mim mesmo e das minhas faltas e falhas, da história que ainda não construí e das decisões que não consegui tomar, porque não somos tão lineares e rasos.

Por isso, quando for julgar ou mesmo avaliar a vida de outros, use como lição para si mesmo. Será que eu realmente faço diferente disso? Será que teria força, coragem, iniciativa para fazer o que acho que o outro deveria fazer? Será mesmo que é tão simples e evidente? Será que não há tantas outras variáveis que não posso ver ou sentir, por não estar emocionalmente envolvido? E é por isso que julgar nunca é uma boa escolha. Nós nunca sabemos onde aperta o sapato do outro, até que possamos calçar os mesmos sapatos, e talvez mesmo assim, por sermos pessoas diferentes, jamais possamos entender completamente o que vai dentro de outro ser humano. Então procure aceitar o outro como ele é, apenas. Respeite sempre, mesmo que não concorde… Quem sabe um dia, se você olhar além da superfície, possa realmente compreender!

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