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Sobre o amor que sonhamos e o que podemos ter

Desde os tempos mais remotos, crescemos ouvindo histórias sobre príncipes encantados e amores mágicos que ultrapassam o tempo e as convenções. Amores rasgados, expressos com a força de uma tempestade, do tipo eterno e imutável. Crescemos desejando cada gota deste tipo de amor.

O que não percebemos imediatamente, por estarmos olhando adiante e esperando, é que o amor não precisa de grandes cenários e nem grandes acontecimentos para mostrar a sua face, para dar o sinal de sua presença em nossa caminhada. Ele aparece em gestos tão mais discretos, palavras menos rasgadas, toques mais sutis. Não percebemos que o amor não precisa de estardalhaço para ser sincero, nem de plateia para florir.

O amor é expresso nos gestos simples. Pode ser no respeito que alguém tem por você, em um sorriso de dentes, olhos e alma. Pode ser no toque das mãos, em um simples olhar que se encontra. Pode ser no estar lado a lado em silêncio, e mesmo assim sentir que tudo o que era importante foi dito. No saber acolher os medos, as falhas, as inseguranças do ser amado e saber respeitar e honrar cada parte, cada milagrosa faceta daquela personalidade.

Pode ser que o amor esteja escondido em um pequeno mimo, comprado porque o coração lembrou de você. Pode estar nas palavras, ditas e não ditas. Pode estar ao seu lado, ainda que silenciado pelas marcas do tempo. Pode estar no companheirismo e no cuidado dos amores mais antigos. No querer dividir os seus passos, todos eles, com aqueles que lhe são caros. No saber aceitar o outro como ele é, não como você gostaria que ele fosse.

Amor é assim. Suave, discreto, paciente. O amor não tem pressa porque sabe que o tempo não há de deixar marcas permanentes em sua trajetória. Sabe que cada passo dado é um aprendizado importante e que aquilo que se aprende com amor e por amor, são as lições mais preciosas, do tipo que queremos levar para sempre, guardadas entre os nossos mais importantes tesouros.

Amar alguém é saber reconhecer nos pequenos gestos, ou até mesmo no silêncio, a grandiosidade de um sentimento. Como já dizia Shakespeare “…só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso”.

Aprenda, então, a ver o amor nos pequenos gestos. Cada gesto de amor, mesmo que atrapalhado, disfarçado ou um pouco bruto ainda, é um pequeno milagre em sua vida. E esses pequenos milagres, vindo de todas as partes, são as luzes que nos fazem querer viver e aprender a cada dia, polindo nossas próprias arestas para que possamos ofertar um amor cada vez mais puro e declarado, a todos os que desejarmos.

O meu desejo é que você possa ver todo o amor que já existe ao seu redor, nas suas mais diversas facetas, e ser grato, profundamente grato, por cada partícula dele. Lembre-se, todos fazemos o melhor que podemos com aquilo que nos foi dado. Seja grato, então, por toda a sua caminhada, pela vida que seus pais lhe deram, pelos pais que teve, mesmo que ausentes, mesmo que distantes ou imperfeitos. Todos somos imperfeitos, mas cada partícula de amor que doamos ou recebemos é um pequeno milagre. Então veja o milagre em sua vida. Seja o milagre na vida das pessoas ao seu redor. Erros todos temos, a vida é a nossa escola.

Que no final da caminhada todos possamos brilhar, com a força do amor aflorado completamente em nossos corações.

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